Quando o amor da tua mãe te prende, em vez de te libertar

Se chegaste à fase adulta com uma mãe superprotetora,  aquela que sempre esteve disponível, que fazia tudo por ti, que antecipava as tuas necessidades,  pode ser que durante muito tempo, isso tenha parecido uma bênção.

Sentias que podias contar com ela para tudo.

Mas talvez agora tenhas chegado a um ponto em que essa proteção se tornou uma limitação.

Talvez estejas a sentir frustração, estagnação… ou até raiva.

Raiva por essa interligação que criaste com a tua mãe.

Raiva por sentires que não consegues avançar.

E a primeira coisa que quero dizer-te é:

Eu sei o quanto tem sido difícil para ti sentires-te realmente capaz de mudar a tua realidade.

Mas culpar a tua mãe ou esperar dela aquilo que ela, neste momento, não te consegue dar, não é o que vai ajudar.

A cura começa quando validas as tuas próprias necessidades.

E, ao mesmo tempo, quando soltas a tua mãe das tuas expectativas.

Esse movimento pede de ti, como filho ou filha adulta, uma nova postura: a decisão de deixar a dependência.Essa dependência pode ser emocional, material, psicológica…

E muitas vezes são todas juntas.

Mas tu podes começar por etapas:

Perguntar menos.

Cultivar mais a tua própria verdade.

Dar mais atenção ao que sentes e precisas.

Começa pelo diálogo, podes também iniciar um diálogo com a tua mãe.

Não para a confrontar, mas para partilhares como te sentes quando ela tenta decidir por ti.

Quando te sentes bloqueado(a), pressionado(a), invalidado(a) nas tuas escolhas.

E, mesmo que ela não entenda totalmente,  tu precisas de te ouvir e afirmar.

Lembra-te: muitas vezes, a mãe protetora age movida pelo medo e pelo desespero.

Ela quer ver-te bem,  mas fá-lo à sua maneira, através da projeção dos seus próprios limites, dores e medos.

Ela acredita que estabilidade e segurança são mais importantes do que escutar profundamente o que tu precisas.

Mas tu és de outra geração.

Tu estás a ser chamado(a) para outro nível de consciência e de cura.

Liberta a tua mãe:

• Das tuas expectativas.

• Das tuas dependências.

• Da tua necessidade de aprovação.

• Da tua necessidade que ela veja ou valide a tua dor.

E pergunta-te com honestidade:

Como é que eu estou a olhar para mim?

Pelos meus próprios olhos?

Ou ainda pelos olhos da minha mãe? 

Este é o verdadeiro corte.

O verdadeiro movimento de separação.

O corte das cordas invisíveis que te prendem.

É um processo.

É profundo.

É mágico.

É transformador.

E é teu.

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