O Amor Próprio: um amor além da superfície

Quantas vezes já ouvimos aquela frase cliché: “Amar a ti mesma é o primeiro passo para atrair o amor que mereces”?

É uma frase que, à primeira vista, faz todo o sentido, quando estamos desiludidas com alguém ou saímos de um relacionamento, ela parece ter um poder de resgatar-nos. E, sim, esse conceito faz sentido para o nosso lado intelectual.

Mas, e o lado da prática?

Onde é que isso realmente nos transforma no dia a dia?

Eu sei que ter amor próprio é um desejo profundo. Eu sei que todas nós reconhecemos que ele é necessário para sermos verdadeiramente felizes, plenas e atraímos aquilo que merecemos.

Mas, aqui está a grande diferença: o amor próprio não é uma questão de estética ou aparência. 

Claro, cuidar de nós, emagrecer, vestir bem, cuidar da nossa pele ou do cabelo pode fazer-nos sentir mais bonitas, mais vistas, mas isso é só um fragmento do amor próprio.

O amor próprio vai muito além da superfície.

O amor próprio é algo muito mais profundo. Ele é uma combinação de segurança, autoconfiança, boa capacidade de comunicação, inteligência emocional, coragem para ser autêntica e a capacidade de estabelecer limites saudáveis.

Ele é uma prática constante, diária.

Ele não é algo que se alcança porque decidimos mudar algo na nossa aparência física. Ele vem de dentro e é construído pela maneira como nos posicionamos no mundo, pela forma como cuidamos das nossas emoções e como nos respeitamos.

A embalagem bonita não é suficiente

Sim, uma embalagem bonita atrai. Mas e quando a pessoa dentro da embalagem não sabe sustentar as suas ideias?

Não sabe ser auto confiante, não sabe gerenciar as suas emoções, não sabe se posicionar de forma firme?

Não adianta de nada.

O verdadeiro amor próprio exige equilíbrio entre o exterior e o interior, e isso precisa ser trabalhado de forma contínua e profunda.

O amor próprio é uma jornada, não um destino

Por isso, se tu sentes que o teu amor próprio está fragilizado ou danificado devido às tuas experiências ou realidade, preciso te dizer algo importante: tu tens de criar uma estratégia, um plano, uma prática para trabalhar o teu amor próprio. 

Não é algo que simplesmente aparece, é algo que tu cultivaste com pequenas atitudes diárias, com escolhas conscientes e com um compromisso profundo contigo mesma.

Como podes construir amor-próprio na prática:

1. Planeias tempo para o teu autocuidado — mental, emocional e físico.

2. Soltas de vez a vitimização, a lamentação e o coitadismo. Liberta-te da mentalidade de vítima e assumes o controle da tua vida.

3. Aprendes a comunicar as tuas emoções com clareza e verdade. A verdadeira força está em ser honesta contigo mesma e com os outros.

4. Aceitas-te até nos teus piores dias. O amor próprio também é sobre ter paciência contigo mesma, mesmo quando as coisas não vão como planeado.

5. Abandonas crenças autodestrutivas como: “não sou capaz”, “não tenho valor”, “sou um fracasso”. Essas crenças limitantes não têm lugar na tua jornada de amor próprio e reprogramas com novas crenças.

6. Desenvolves a habilidade de cuidar do teu mundo emocional de forma a levares-te para um lugar de plenitude e não de carência. O cuidado emocional é essencial para te sentires completa, sem depender de fatores externos.

7. Tornas-te consciente de quem és, das tuas necessidades e dos teus valores. O autoconhecimento é a chave para seres capaz de tomar decisões alinhadas com a tua verdade.

8. Soltas o ontem e escolhes viver, da melhor forma possível o hoje. Deixa o passado para trás e foca-te no que está ao teu alcance agora.

O Objetivo Final

O objetivo aqui não é apenas “ter amor próprio” como um conceito vago.

O meu objetivo para ti é que consigas criar uma base sólida de amor próprio que seja a raiz de todas as tuas decisões, das tuas relações e, principalmente, da forma como te percebes.

Porque, no final, quando te amas verdadeiramente, o mundo à tua volta também começa a refletir esse amor.

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